A idade talvez traga destas coisas. Uma certa calma e sangue frio perante certas e determinadas situações.
Há não muito tempo atrás – basta ver os posts do ano passado – eu fiquei perante uma situação idêntica à que me encontro agora persistir num caminho sem retorno ou sair calmamente.
Em Janeiro do ano passado eu decidi, insistir. Uma decisão que me lançou numa esfera de angústia e mágoa, uma decisão que viria a precisar de longos meses para finalmente deixar de fazer sentir-se as suas consequências. Emocionalmente, admito, fiquei uma lástima.
E uma pessoa demora a recuperar destas guerras amorosas, mas como guerreiras viciadas no sabor da paixão, voltamos a persistir. Mas, menos ingenuamente. Desta vez, vou calmamente por outro caminho. Naturalmente, sem fugir, sem resistir ... porque às vezes, nestas coisas, é pior quando se combate as emoções. Elas têm esta mania de se tornarem mais fortes ...
Rendo-me...
Rendo-me aos teus segredos, ao teu perfume, ao suor da tua pele.
Rendo-me, culpada de sentir-te alem da palavra e do intuir.
Ou do olhar que negas.
Rendo-me, rendo-me, desisto.
Mas leva contigo esta chama que me persegue, que não desaparece e que cresce à medida dos teus sorrisos…
Rendo-me, rendo-me, basta.
Mas pára com a tortura do desejo, nunca ouvir os teus murmúrios, deixar os teus lábios ignorantes à minha boca, nunca navegar no mar que escondes no teu corpo…
Rendo-me,
Rendo-me, fustigada pelo silêncio dos teus Ais que ecoam tambores dentro de mim.
Rendo-me, vencida de admirar-te alem do corpo e do sentir.
Ou do romance que receias.
maio 04, 2006
... rendo-me ...
Publicada por Helena à(s) quinta-feira, maio 04, 2006
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2 comentários:
Um dia vais ter que me dizer: Porque tardas em escrever o teu livro?
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