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setembro 21, 2005

click ou clack


Amor.
Afinal de contas o que esperamos dele? Como o pensamos encontrar, como o pensamos viver? Sim, sim, excelentes perguntas! De certo cada uma delas merecia aqui um post por si só, mas … esquecemo-nos um pouco dos pós e vamos só pensar no essencial: Como reconhecer o amor? Tudo o mais nunca poderá ser vivido se este momento não acontecer… reconhecer o amor. Não digo um amor, mais um amor, aquele amor… digo O amor, falo da união na eternidade desta vida.
Como reconhecer esse amor? O amor de uma alma gémea.

Existem alturas complicadas na minha vida, em que toda esta coisa da alma gémea me confunde um pouco. Ás vezes penso que tudo não passa de filosofias antigas, de um mito, uma lenda, uma cruzada, um negócio, uma esperança, um eneolítico e outras vezes penso que … já nem sei.

Mas, uma coisa eu sei, aquilo que eu sinto neste momento está longe de ser o que eu deveria de sentir para me entregar numa nova aventura. Talvez o racional tenha finalmente apoderado do meu lado emocional. Ou talvez tenha simplesmente apreendido com os erros das relações anteriores.

Apesar de todo o desconhecido que enfrentamos no início de uma nova relação, existem sempre sinais positivos e negativos. Sinais positivos que nos fazem sentirmos seguras, desejosas, confortáveis no caminho que se segue; Sinais negativos que nos fazem sentir ansiosas, desconfiadas e a sensação de que já aqui estivemos antes.

Por mim acredito que é escusado forçar algo que não se sente.
Não está aqui
Não consigo dar

setembro 20, 2005

rendo-me


È incrível como pode ser curta a estadia nos braços do amor.
Não que o amor não seja bom, mas pelo simples facto de que não são os braços certos para nós. São partidas que nos pregam os relacionamentos, as conquistas, os sonhos e os desejos.

O fim-de-semana no Algarve não correu como previsto. Nem pouco mais ou menos.
Do vitral das apaixonadas, sobraram apenas algumas imagens inteiras. Todas as outras foram-se partindo… provavelmente tornei-me demasiado exigente. Desta vez, foi o amor que me encontrou. Veio bater-me à porta, falou comigo, entregou-se … e eu não consigo corresponder.

Já se passaram muitos relacionamentos, muitas paixões, muitos erros e desconcertos e uma pessoa começa a ter cada vez mais a ideia daquela que é a “pessoa certa”. Medos dos erros do passado, medos dos mesmos sofrimentos, medo de estar a empatar o futuro, fazem com que eu não queira nada menos do que a pessoa certa.

Como saber quem é a pessoa certa?
Sente-se, é-me dito. Sente-se como nunca se sentiu antes …

Confesso que começo a sentir-me ridícula.
Ridícula por correr tanto atrás das coisas, apenas para me desiludir.
Ridícula por sentir-me sozinha e ao mesmo tempo ter esta necessidade de encontrar o amor de uma vida.
Ridícula … e rendo-me.

setembro 14, 2005

... life is but a dream


Todas as semanas há o mesmo ritual:
De manhã faz-se a recolha de sangue para analisar se o corpo está em condições para receber quimioterapia. Um dos efeitos do tratamento é o inchaço dos braços e das pernas dificultando assim a recolha de sangue.
Na passada Segunda Feira, a minha mãe foi picada 12 vezes, sem que mesmo assim tenham conseguido tirar sangue suficiente para análise. Se à Segunda não se consegue, volta-se a tentar na Terça. Foi o que aconteceu esta semana.

Se a analise é bem sucedida, à tarde vamos para a Clínica de Stº António, na Reboleira, receber 2 tratamentos de quimioterapia. Ambos por via intravenosa, o que implica picar novamente o corpo outras tantas vezes. Ontem, a minha mãe recebeu o tratamento através de uma veia no pé. Quando tudo acabou já passava das 8 da noite. Fui buscar a cadeira de rodas e passamos à 3ª fase do dia.
Vamos para casa onde lhe ajudo a tomar banho, a vestir-se, dou-lhe o jantar e venho-me embora.

Hoje, ela sente-se estafada, mais logo começaram as dores e com um pouco de sorte não fará obstipação, vai passar os próximos dias deitada com dores, no sábado vai sentir-se muito debilitada, Domingo sente-se um pouco melhor e Segunda volta ao tratamento.

Tem sido assim desde há muito tempo.
Mas há dias melhores do que outros.

Há 3 anos que a minha mãe luta contra o Cancro.
Até Março passado eu acreditava piamente de que a minha mãe iria vencer mais este desafio na vida dela. Porém, por muita fé que se tenha, por muita esperança que nos ilumine, os exames são magnânimos: o cancro está a evoluir.
Seja como for, a minha mãe tem continuado a fazer os tratamentos.

A Quimioterapia é como o nome indica uma terapia através de químicos. Existem cerca de 8 químicos diferentes utilizados no combate e à erradicação das células cancerígenas. Para cada tipo de cancro, consoante cada tipo de paciente, existem diversas combinações de químicos diferentes.
Ao longo da sua jornada, a minha mãe já experimentou várias combinações e ontem ficamos a saber que nenhuma das duas combinações – que ela está neste momento a tomar – estão a fazer efeito.

Torna-se difícil sofrer e ver o sofrimento de alguém quando este sofrimento está a ser gratuito.

Aquilo que eu sofro não é nada, nada, rigorosamente nada … comparado com aquilo que a minha mãe sofre. Mas a verdade é de que por tão elevado amor que lhe tenho, não posso vê-la sofrer e não sofrer com ela, não chorar um pouco das suas lágrimas, não acalmar os seus gemidos, não abraçar as suas carências.

Tanto eu como a minha mãe, sentimos e sabemos que esta jornada aproxima-se do final.
Hoje marcaram-se novos exames. Mediante os resultados, a minha mãe vai decidir se vai ou não continuar a fazer quimioterapia.

Não quero soar pessimista ou fatalista - vocês sabem que eu não sou assim -, mas se há um desgaste, uma saturação por tanto “endurance” de sofrimento, a verdade é de que o pior ainda está para vir.

Row Row Row
Your boat gently down the stream
Merrly merrly merrly
Life is but a dream….