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novembro 12, 2004

Lua Sombra





"Ontem foi noite de Lua Negra.
Lua nova como é chamada por todos. A lua some no céu e na Wicca, observamos este momento para trabalharmos o nosso lado Sombra.

Um dos arquétipos que compõe nosso inconsciente coletivo, conceituado por Jung, que representa o lado escuro, inferior e primitivo em nós.
A sombra pode se manifestar através de atitudes mas também de sonhos, de imagens, dotadas de atributos negativos, opostos àqueles socialmente aceitos, se impondo a nós, deixando-nos confusos. Esta confusão se dá exatamente por estas imagens serem aspectos nossos, pois se assim não fossem, simplesmente as ignoraríamos ao despertar. No entanto, elas ficam martelando nossa cabeça. Quantos dias acordamos de mal humor sem saber o porque ou mesmo, irritamo-nos com facilidade com coisas simples no trabalho ou entre outros espaços
sociais. Nos deparamos com nossa Sombra e não aceitamos.
Quem de nós assume com tranqüilidade o lado invejoso, egoísta, impulsivo, moralmente condenável. Por isto o aspecto amoral da Wicca. Não por estar além da moralidade/imoralidade mas por conhecer estes padrões sociais e saber que é possível buscar o equilíbrio entre eles.
Não à passividade moralista que nos cerceia a criatividade e a acção assim como não, ao individualismo sem respeitar o outro, seus espaços, seus conceitos e crenças, por vezes até seus corações e mentes. Mas sim um equilíbrio entre dois pólos.
As explosões emocionais que ocorrem por vezes em momentos de choro sem motivo aparente, agressividade gratuita ou irritação diante de situações aparentemente bobas, são o indício do represamento de nossa Sombra. Não querendo aceita-la, tentamos esconde-la, nega-la, mas temos de saber que nada mais forte e perigoso do que nós mesmo e nossas capacidades psíquicas. Quando esta energia contida neste arquétipo nos toma, invadindo nossa consciência (Ego), é difícil reagir. Diria quase impossível para quem não tem um preparo espiritual, uma capacidade de retornar ao centro através da presença de espírito. As conseqüências nós conhecemos e o comportamento, após passar esta invasão, também, é o choro, o pedido de perdão, o arrependimento, o martirizar-se.
Nos subterrâneos das igrejas medievais, quantos abades se auto flagelavam pelo simples fato de sonhar com uma mulher ou desejar o corpo de uma bruxa sendo torturada. Isto era fruto de uma postura que beira a perversidade, mas que é característico da religiosidade repressora da religião vigente e poderosa na época. Não é o nosso caso, não é o caso do praticante da Wicca em geral, nem está dentro dos aspectos comportamentais de um wiccan.

Existem formas inadequadas de tentar amenizar este nosso lado Sombra, por mecanismos chamados mecanismos de defesa, tal qual a projeção, quando de maneira bastante confortável para o ego descobrimos onde está o mal: no outro ou como a infantil postura da negação; basta negar aquele algo em você e pronto, ou através da repressão, que já vai por um viés que não cabe aqui comentar pois temos de nos ater a nossa prática e extrair de teorias dos mais diversos saberes, material para nossa busca.
O fato é que estes mecanismos nos dão um alento, que no entanto mais a frente, explodirão.
O que nos cabe aqui é aceitar este aspecto Sombra que trazemos em nós e o aceitando, desenvolver uma capacidade de dialogar e buscar extrair dele, o seu lado bom, produtivo, estimulante e criativo. Como exemplo, podemos citar a inveja de alguém por outro que tem o sucesso, que será negativa enquanto energia canalizada para produzir ódio ou até mesmo prejudicar o outro. No entanto, podemos utilizar esta mesma energia, canalizando-a de forma produtiva, extraindo dela o estímulo e a criatividade necessária para buscar o nosso sucesso ao invés de simplesmente remoermos, odiarmos e nos incomodar com o
sucesso alheio.

Diante da Lua que está e não está, reflitamos sobre nossas atitudes e pensamentos e vejamos que caminhos desejamos realmente trilhar."

Mensagem original no grupo Euthymia

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